À Larissa
Era um domingo como todos os outros. Ontem. Estávamos em casa, eu e meus filhos e São Paulo com aquela temperatura típica. Hora sol, hora frio, hora vento, hora jeito de chuva.
Curioso como somos apanhados desprevenidos com as notícias ruins que chegam de repente. Nossa família perdeu uma prima em Poços de Caldas, com apenas 19 anos, num acidente de moto. Uma grande drama. O que fazer o que falar?
Vou buscar delinear o aspecto de extensões expressivas: “a dor que fala, a dor que cala e a dor que cria” – Ivo Luchesi
De certa maneira temos a capacidade de assegurar que a nossa vida tem início verdadeiro e efetivo a partir da constatar da dor de ser uma compleição. Existem dois momentos diferentes. É a origem do choque que a determinou e de como ela nos marcará. Completo que diante das dores, ou as sobrepujamos ou as sucumbimos.
Então regressamos as declarações acima: uma vez estabelecida à dor, há que ocorrer uma reação: admitir a dor que obriga a falar; interiorizar a dor que confina ao silêncio ou sobrepujar pela inspiração e fé.
A morte perpetra parte do desenvolvimento sentimental desde a mais branda idade e escolta o ser humano no seu período fundamental, deixando seus sinais. Como nos preparar para esse acontecimento tão presente na vivência? Interrogações têm assoberbado os indivíduos e respostas foram apresentadas pelas religiões, ciências, filosofias, contudo, nenhuma delas é pronta e unânime.
Sempre pesquiso, antes de escrever e existe muito material sobre o assunto: morte , perda e dor. É sobre esses questionamentos e ponderações, sobre a procura do sentido à vida que a morte pode proporcionar, a respeito dessa particularidade ou atributo humano de questionamentos, de autoconhecimento, que li e gostaria de falar.
A instrução é apreendida como incremento individual, aprimoramento e cultivo do homem, que, além disso, implica uma elaboração para a morte, envolto em diálogo, relacionamentos, perdas, como, por exemplo: fases do desenvolvimento, perda de pessoas significativas, doenças, acidentes, até o confronto com a própria morte.
Jung vê a morte como parte do processo de individuação, através do qual cada ser tem de andar por um caminho para alcançar o sentido da sua essência. Segundo ele, a vida é um breve episódio entre dois grandes mistérios: o nascimento e a morte. “A vida” afirma, “parece ser um jogo que representa um intervalo numa longa história. Já existia antes de mim e é muito provável que continue a existir quando terminar o intervalo consciente nesta existência tridimensional”.
Jung via a vida como um processo de acréscimo crescente da consciência, com todas as suas conseqüências – espirituais, religiosas e éticas. Isso nada tem a ver com a ampliação de conhecimento intelectual, mas com a transformação da alma. Jung considerava a velhice como uma das etapas mais belas e valiosas da existência humana, visto que ela pode conduzir à plenitude, meta do processo de individuação.
Por fim, o ponto da morte nos põe ante a intensa incerteza que temos em relação à vida. E é para brigar com ela que, muitas vezes, nos apanhamos a um código de conceitos alienantes. Essa experimento de alienação pode se dar através de uma religião, do convívio com um indivíduo que nos pareça intenso, de uma celeridade sugadora, de uma paixão, de um esporte, de uma causa, enfim, de algum lance que nos perpetre perder de procurar o nosso exato ponto médio.
Durante toda a existência, somos conduzidos a nos escorar em alguma pessoa e, sobretudo, a desconhecer de que lugar verdadeiramente extraímos nossas seivas. Assim sendo, esquivamo-nos das contingentes fases da experiência terrena que poderiam nos instruir, legitimamente, sobre nós e nosso destino. O que entendo é que tememos de nos entregar ao infindável pulsar da vida, pois, no fundo, sabemos que viver é morrer a cada instante...
Queridos Nenê, Luciene, Leda, Rubaldo, família, irmãos, primos, amigos......
Aprendi que aqueles que amamos nunca morrem, apenas partem antes de nós. E que o momento mais difícil não é na hora da perda, e sim no dia seguinte, onde procuramos e não encontramos e então vamos nos deparar com a dura realidade que nunca mais teremos. Mas é passageiro. Acreditem.
A meu ver a melhor forma de homenagear a Larissa é viver as qualidades que ela irradiava e sinto não tê-la conhecido melhor.
Vi este poema de um autor desconhecido na Internet e faço dele as minhas palavras
Nenhum obstáculo é grande demais
Ninguém pode tirar de você:
A graça de se sentir querida.
A fé no amor, mesmo em tempos de guerra.
A força para transformar a vida.
A esperança de realizar seus sonhos.
A liberdade de mudar de idéia.
A vitória de ter resistido a uma tentação.
A coragem de ser simplesmente você.
A honestidade de assumir as suas limitações.
A disposição de tentar mais uma vez.
A vontade de enfrentar desafios.
A capacidade de pedir ajuda.
A sensação de dever bem cumprido.
A certeza de que a vida sempre vale à pena.
Se ao nosso lado Deus estiver conosco!
E Ele está contigo sempre! Por isso a vitória é certa!
DEUS TE ABENÇÕE!
4 comentários:
A vitória será certa
Querida um beijo
A morte é difícil de encarar. Quanto mais novos , pior , não.
Sentimos muitos.
Adelaide e Fernando
Linda mensagem, querida, muito especial, aliás como você. Beijos
Menina, forte do jeito que voc~e é e seus filhos também, vão superar. Cientes estão que a vontad divina é maior. Mas que é uma morte chocante e um dor irreparável, concordo.
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